O músico Robertinho, autor dos temas “Kakinhento” e “Desespero”, anunciou, em Luanda, a pretensão de colocar no mercado mais um disco, ainda este ano, caso as condições técnicas e financeiras forem resolvidas atempadamente.
O anúncio foi feito à margem da homenagem que lhe foi feita na última sexta-feira, no Palácio de Ferro, em Luanda. Robertinho disse que o álbum está a 70 por cento concluído e falta apenas a mistura final e a masterização. "Se tudo correr como o previsto, ainda dentro deste ano teremos o CD no mercado”, assegurou.
A nova obra, referiu, começou a ser produzida e idealizada há algum tempo, mas, por outras razões, teve que dar uma pausa nas gravações. Robertinho explicou, também, que o título do disco está a ser repensado e "deve despertar a curiosidade dos fãs”.
O disco tem 12 faixas músicas. "Quero fazer um álbum duplo, porque uma dúzia de temas para um CD é muito, quero dividi-lo em seis canções e fazer o lançamento simultaneamente”, realçou.
A obra, salientou, tem a participação de outros colegas com destaque para os integrantes da Banda Movimento, o baterista Romão e o guitarrista Kintino, bem como outros músicos da praça. A produção deste álbum é da responsabilidade dos produtores Sisi e subsídios do produtor Chiquilson. "Dedico estes trabalhos para todos os fãs, em particular, e todos os angolanos, no geral, porque é graças a eles que hoje tenho essa notoriedade e desde já agradeço a todos pelo apoio”.
O músico com 47 anos de carreira, frisou, dedicou a vida pela música e engajou-se para o engrandecimento da música popular urbana e da cultura angolana. "Para mim, essa dedicação durante os anos é satisfatória porque sempre fiz por amor e pela pátria”.
Robertinho realçou, ainda, que o novo disco vai apresentar uma diversidade de estilos e ritmos desde o semba, kizomba a rumba.
O primeiro CD, "Joana”, foi lançado em 1992, com seis temas. Foram necessárias duas décadas para regressar aos estúdios que resultaram no disco "Kakinhento”, lançado em 2016 pela Xicote Produções do DJ Mania.
Nos seus sucessos, constam "Kamaxinde”, "Massoxi”, "Sanguito”, "Joana”, "Sessá”, "Desespero” e vários outros temas. Recebeu uma homenagem pelo Palácio de Ferro, no projecto "Trajectória”, uma programação mensal daquela instituição cultural, pelos 47 anos de carreira, no dia 29 de Setembro. Fernando Lucas da Silva, conhecido nas lides artísticas por Robertinho, é natural de Malanje, onde nasceu em Julho de 1958, mas cresceu no bairro Marçal, em Luanda, cultivando assim o gosto pela interpretação musical.
Começou a carreira no grupo Ébanos, como instrumentista e corista. Aos 18 anos, a convite de um amigo, integrou no agrupamento "Diamantes Negros”, como vocalista e baterista. Realizou a sua primeira digressão em Cuba, com o grupo FAPLA-Povo, em representação de Angola, no Festival Mundial da Juventude, numa altura em que cumpria o serviço militar.
Ainda na década de 1980, Robertinho decidiu enveredar pela carreira a solo, lançando a sua primeira música, intitulada "Nguma”, com a banda Os Kiezos, no programa "Bom final de semana”, que procurava novos talentos.